Área Restrita

» Sistemas Agroflorestais


Sistema agroflorestal (SAF) é um nome relativamente recente dado para práticas antigas, desenvolvidas em grande parte por comunidades tradicionais em várias partes do mundo, especialmente nos trópicos. Há uma grande ambigüidade e muitas definições para sistemas agroflorestais. A definição adot Ada pelo International Center for Research in Agroforestry (ICRAF) é: "Sistema agroflorestal é um nome coletivo para sistemas e tecnologias de uso da terra onde lenhosas e perenes são usadas deliberadamente na mesma unidade de manejo da terra com cultivares agrícolas e/ou animais em alguma forma de arranjo espacial e seqüência temporal" (Nair, 1993). Esse conceito básico deve evoluir em função dos níveis de complexificação e diversificação dos sistemas e da necessidade de posicioná-los perante a legislação. Os níveis de complexidade dos sistemas agroflorestais evoluem dos mais simples - consórcios de espécies agrícolas com arbóreas sem a preocupação da dinâmica da sucessão e da biodiversidade, constituindo consórcios agroflorestais aos mais complexos - ecossistemas agroflorestais, com dinâmica e diversidade similares as flor estas naturais. Esta autora considera que o conceito de sistema agroflorestal (ou agrofloresta) deva ter como princípio a dinâmica e a diversidade dos ecossistemas naturais. O clima nos trópicos apresenta como características principais as altas temperaturas e estações com chuvas muito fortes e intensas. Além disso, observa-se em algumas regiões, uma dinâmica de ventos fortes em determinadas épocas do ano. Se se observar com atenção os princípios da natureza nos trópicos, perceber-se que existe uma estratégia de acúmulo de biomassa na parte aérea da vegetação para impedir a perda de nutrientes pela lixiviação dos solos, e árvores em alta densidade e diversidade que crescem graças às condições favoráveis à diversidade e abundância de vida. Os princípios da agrofloresta buscam se basear nessas estratégias, com o uso de árvores em sistemas agrícolas com o papel de: (i) reduzir a insolação direta sobre o solo, promovendo maior diversidade de vida no solo, (ii) reduzir o impacto direto das gotas de chuva sobre o solo, reduzindo a compactação e a erosão e aumentando a infiltração, (iii) capturar nutrientes de camadas profundas do solo e bombeá-los para a superfície, (iv) reduzir o efeito erosivo do vento que contribui também para reduzir a umidade, (v) promover matéria orgânica no solo, condição básica para a agricultura tropical, (vi) adicionar nitrogênio por fixação biológica, e (vii) promover biodiversidade, vida. Os sistemas agroflorestais, pela aproximação aos ecossistemas naturais em estrutura e diversidade, representam um grande potencial para a restauração de áreas e ecossistemas degradados. Podem ser empregados tanto como estratégia metodológica de restauração, com o objetivo de reduzir os custos por meio da compensação financeira em curtos e médios prazos por produtos agrícolas e florestais, como para a constituição de agroecossistemas sustentáveis, com produtos orgânicos e saudáveis. Os objetivos diferem em relação à necessidade dos proprietários e à aptidão do ecossistema. A restauração de fragmentos florestais, matas ciliares e outros ecossistemas podem apresentar maior viabilidade econômica por meio da produção agrícola gerada nos primeiros anos, enquanto as árvores crescem e se constitui a floresta. O estabelecimento de agroflorestas como "zona tampão" ao redor de fragmentos florestais, corredores biológicos e áreas de produção biodiversificadas e permanentes promovem a restauração da paisagem, que contribui também para a conservação dos ecossistemas. Os sistemas agroflorestais têm papel de destaque na busca de alternativas para o desenvolvimento rural sustentável (Viana et al., 1997b), principalmente por transformar as atividades de produção de degradantes em regenerativas.

 

» Princípios dos Sistemas Agroflorestais


A natureza está sempre evoluindo para estágios mais complexos, com maior quantidade de vida e diversidade. A função do manejo agroflorestal regenerativo é acelerar esse processo, permitindo que os indivíduos animais e vegetais ocupem o ambiente e contribuam para a restauração ecológica, ao mesmo tempo em que o ecossistema possa produzir alimentos e outros produtos. A idéia básica é a cooperação e coexistência entre ser humano e natureza; é inserir a atividade humana no fluxo de vida do planeta. Na trama trófica, as espécies estão inter-relacionadas e, cada uma que se instala, traz consigo pelo menos outras duas (Ernst Götsch, comunicação pessoal). "Quanto mais vida, mais vida...".

 

» Seguimento Florestal


Planejamento ambiental é um conceito utilizado no contexto de diversas áreas do conhecimento para se referir a processos e mecanismos de sistematização de ações que visam atingir metas e objetivos de caráter ambiental. Suas definições, instrumentos e metodologias têm sido discutidos desde pelo menos a década de 1970.

 

» Setor Florestal no Brasil


O território nacional possui, hoje, cerca de 5 milhões de hectares de plantações florestais. O Brasil apresenta grande competitividade no mercado de produtos florestais, em razão de suas características edafoclimáticas (solo e clima) e do desenvolvimento tecnológico obtido na área de silvicultura. Para efeito de análise e adotando o conceito utilizado por várias organizações internacionais, a atividade florestal será definida como a extração de madeira para fins industriais e de geração de energia, excluindo-se os produtos não madeireiros. A cadeia produtiva da madeira contempla a produção de madeira para energia (carvão vegetal e lenha), serrados, painéis e polpa para a produção de papel e outras finalidades. O crescimento da atividade florestal no País, contudo, encontra-se ameaçado pelo pequeno nível de investimentos na formação de florestas. O Brasil situa-se entre os 10 maiores países em florestas plantadas do mundo, contando com 6,4 milhões de hectares. A maior parte da área reflorestada existente no País formou-se nas décadas de 1970 e 1980, quando da vigência do Fiset. Esse instrumento tornou possível às empresas a execução plantios de florestas em larga escala, contando com um incentivo financeiro, uma vez que poderiam abater integralmente do Imposto de Renda as importâncias comprovadamente aplicadas em reflorestamento, respeitadas o limite de 50% do imposto devido. A área de tecnologia da madeira e as atividades relacionadas à produção florestal, vem há alguns anos, buscando um equilíbrio que otimize os benefícios extraídos da matéria-prima madeira e seus derivados.O levantamento de informações que possibilitem o aprimoramento técnico, e o desenvolvimento de novas tecnologias que reduzam custos e utilizem de melhor forma os plantios comerciais das espécies madeireiras, devem ser práticas contínuas, incentivadas por empresas e instituições de pesquisa.O papel do Brasil no cenário mundial como produtor madeireiro e polo de pesquisa florestal vem sendo concretizado há alguns anos. Hoje, devido à celulose de alta qualidade colocada no mercado internacional, às exportações de papel e de madeira como matéria-prima para outras indústrias, nosso país atinge respeitável colocação frente a outros produtores e consumidores de madeira na escala mundial. Com a grande ascensão na década passada da indústria de celulose, as áreas de reflorestamento atingiram enormes proporções. Somente com o eucalipto, o Brasil possui cerca de 3.600.000 hectares reflorestados (ANFPC, 1993; Prado, 1995; SBS, 1990). Atualmente, as indústrias consumidoras de madeira para celulose estão fomentando discussões e iniciativas no sentido de valorizar ainda mais a madeira produzida. Muitas destas empresas consomem madeira oriunda de fornecedores terceiros: proprietários de reflorestamentos de menor porte ou produtores que fazem parte de programas de fomento, e que buscam da mesma forma, alternativas para incrementar o valor agregado à madeira na sua exploração, venda e utilização final.

 

» Manejo Florestal


Sustentável é definido como a administração da floresta para obtenção de benefícios econômicos e sociais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema. Essa atividade, desenvolvida em florestas nativas e não-homogê-neas, implica a realização de uma exploração planejada, aplicando tratamentos silviculturais à floresta e com a extração de espécies previamente selecionadas. As experiências de manejo sustentável têm mostrado ser possível: aumentar a produtividade da extração de madeira, reduzindo o ciclo de corte e a área necessária;

  • Preservar a biodiversidade, mantendo a qualidade da água e do ar;
  • Gerar benefícios socioeconômicos.
  • A etapa fundamental do manejo de florestas nativas é a

Realização do inventário florestal, que identificará as espécies com valor econômico presentes na área a ser explorada, bem como sua importância relativa para a preservação do ecossistema. O inventário identificará, ainda, as condições sociais das comunidades presentes na floresta, permitindo que o plano de exploração não resulte em prejuízos de seu bem-estar. A partir do inventário, é traçado um plano de exploração que contemple a subdivisão da área a ser explorada em lotes (talhões), os quais serão explorados em sequencia. Quando o ciclo de exploração estiver completo, a extração de madeira deverá ocorrer novamente no primeiro lote explorado, o qual deverá ter se Regenerado parcialmente. O manejo florestal pode ser acompanhado de enriquecimento da floresta, ou seja, de plantio de espécies desejadas. Em geral, os planos de manejo de florestas nativas em execução no Brasil envolvem ciclos de exploração de 30 anos. A partir do inventário, é traçado um plano de exploração que contemple a subdivisão da área a ser explorada em lotes (talhões), os quais serão explorados em sequencia. Quando o ciclo de exploração estiver completo, a extração de madeira deverá ocorrer novamente no primeiro lote explorado, o qual deverá ter se regenerado parcialmente. O manejo florestal pode ser acompanhado de enriquecimento da floresta, ou seja, de plantio de espécies desejadas. Em geral, os planos de manejo de florestas nativas em execução no Brasil envolvem ciclos de exploração de 30 anos. A exploração sustentável de florestas nativas é importante, também, para a geração de empregos, ocupando, segundo levantamentos do Ministério do Meio Ambiente, 20 pessoas/ha/ano. De acordo com essa mesma fonte, os investimentos no primeiro ano da implantação do manejo florestal estão estimados em R$ 300 por hectare, com capacidade de gerar, em média, 40 m3/ha de espécies nobres. Pesar dos incontestáveis avanços na tecnologia de manejo sustentável de florestas nativas no Brasil, sua adoção ainda envolve controvérsias. A legislação florestal vigente é pouco clara quanto ao conceito de preservação e de uso sustentável, em que pesem os esforços que o Ministério do Meio Ambiente tem realizado, nos últimos anos, para difundir a prática de manejo. O eucalipto é uma planta originária da Austrália, onde existem mais de 600 espécies. A partir do início deste século, o eucalipto teve seu plantio intensificado no Brasil, sendo usado durante algum tempo nas ferrovias, como dormentes e lenha para as marias -fumaças e mais tarde como poste para eletrificação das linhas. No final dos anos 20, as siderúrgicas mineiras começaram a aproveitar a madeira do eucalipto, transformando- o em carvão vegetal utilizado no processo de fabricação de ferro- gusa. A partir daí, novas aplicações foram desenvolvidas. Hoje encontra-se muito disseminado, desde o nível do mar até 2.000 metros de altitude, em solos extremamente pobres, em solos ricos, secos e alagados. Atualmente, do eucalipto, tudo se aproveita. Das folhas, extraem- se óleos essenciais empregados em produtos de limpeza e alimentícios, em perfumes e até em remédios. A casca oferece tanino, usado no curtimento do couro. O tronco fornece madeira para sarrafos, lambris, ripas, vigas, postes, varas, esteios para minas, m astros para barco, tábuas para embalagens e móveis. Sua fibra é utilizada como matéria -prima para a fabricação de papel e celulose.

 

» Produção de Mudas


A produção de mudas pode ser de duas maneiras: sexuada (com o uso de sementes) ou assexuada (por propagação vegetativa). Quando sexuada, deve- se considerar a disponibilidade de semente e de recipiente. A semente pode ser obtida de árvores existentes na região ou compradas em locais especializados e os recipientes devem ser sacos plásticos, aprop riados ou comuns, previamente furados. Para a implantação de reflorestamento de eucalipto, é muito importante a escolha da espécie que se adapte ao local e aos objetivos pretendidos, como por exemplo: Para lenha e carvão: espécies que deem grande quantidade de lenha em prazo curto ( E. grandis, E. urophylla, E. torilliana ) Para papel e celulose: espécies que apresentem cerne branco e macio (E grandis, E saligna, E urophylla) Para postes, moirões, dormentes e estacas: espécies com cerne duro (para resistir ao tempo), (E citriodora, E robusta, E globulus ) Para serrarias: espécies de madeira firme, em que não ocorram rachaduras (E dunnii, E viminalis, E grandis ) Plantio É necessária a adoção de um conjunto de medidas silviculturais, como, por exemplo, a época do plantio (primavera ou início do verão, conforme a espécie), preparo do solo, adubação (fertilização mineral em doses apropriadas) e tratos culturais destinados a favorecer o crescimento inicial das plantas em campo. Tomando- se como exemplo o preparo para fins de cultivo de eucalipto, este tem apresentado uma ampla evolução nos últimos anos, passando desde o preparo mais esmerado até o cultivo mínimo, muito difundido e utilizado atualmente no setor florestal. Logicamente que, quando se generaliza o uso do equipamento ou o grau de mecanização sem se levar em conta todas as variáveis e peculiaridades de cada solo, clima e topografia, a probabilidade de dispêndio de dinheiro sem necessidade e a degradação do solo são praticamente inevitáveis. As espécies de Eucalyptus são altamente sensíveis à competição de ervas daninhas (até aproximadamente de 1 a 1 ano e meio) e também ao ataques de formigas (normalmente não suportam 3 ataques consecutivos).

 

» Preparo do Terreno


O preparo do terreno está relacionado com as características da área onde será realizado o plantio. O preparo do solo para o plantio deve ser feito de maneira a propiciar maior disponibilidade de água para a cultura, visto que o regime hídrico do solo é um fator essencial para o crescimento da maioria das espécies de eucalipto. Geralmente as operações são realizadas na seguinte ordem:

  • Construção de estradas e aceiros
  • Desmatamento e aproveitamento da madeira
  • Enleiramento ou encoivaramento Queima das leiras
  • Desenleiramento Combate à formiga
  • Revolvimento do solo
  • Sulcamento e/ou coveamento

As técnicas de cultivo mínimo e plantio consorciado têm sido adotados por muitas empresas a fim de diminuir os danos ambientais.

 

» Espaçamento


Visando a produção de madeira para laminação, serraria e fina para papel e celulose, geralmente são utilizados os espaçamentos de 3,0 x 2,5 (1.333 árvores/ha) ou 3,0 x 2,0 (1.666 árvores/ha). Com o advento dos plantios clonais, as empresas de celulose passaram a adotar espaçamentos mais largos (como o de 3 m x 3 m), que suprem o maior espaço aos genótipos idênticos. Na mecanização e nas atividades de colheita, o aumento do espaçamento torna - se uma necessidade visando condições mais adequadas à produção de indivíduos com maiores dimensões, que levam a uma maior produtividade dos equipamentos.

 

» Métodos de Plantio


O plantio pode ser realizado através de dois métodos: Plantio manual: consiste inicialmente de balizamento e alinhamento, abertura de covas, distribuição de mudas e plantio propriamente dito, Plantio mecanizado: consiste de um trator que transporta as mudas e abre a cova com um disco sulcador enquanto um operário distribui as mudas. Ao mesmo tempo, duas rodas convergentes fecham o sulco. As mudas mal plantadas são arrumadas por um operário que segue a máquina, sendo este processo utilizado para mudas de raiz nua Tratos Culturais.

 

» Limpeza


A limpeza é realizada até que as plantas atinjam um porte suficiente para dominar a vegetação invasora e geralmente são feitas através de três métodos principais:

  • Limpeza manual: através das capinas nas entrelinhas ou de
  • Coroamento e por roçadas na entrelinha.
  • Limpeza mecanizada: utilização de grades, enxadas rotativas.
  • E recadeiras.
  • Limpeza química: utilização de herbicidas.

 

» Combate às Formigas


A prevenção ao ataque das formigas cortadeiras deve ser realizada constantemente, através da vigilância e do combate na fase de preparo do solo, na qual a localização e o próprio combate são facilitados. Asespécies mais comuns na região Sul são as dos gêneros Atta e Acromyrmex, geralmente combatidas com iscas granuladas distribuídas nos caminhos e olheiros.

 

» Replantio


 O replantio deverá ser realizado num período de 30 dias após o plantio, quando a sobrevivência deste é inferior a 90%.

 

» Tratos Silviculturais


 

Poda ou Desrama

Esta operação visa melhorar a qualidade da madeira pela obtenção de toras desprovidas de nós. O controle do crescimento dos galhos, bem como sua eliminação, é uma prática aplicada às principais espécies de madeira. Os nós de galhos vivos causa m menores prejuízos que os deixados por galhos mortos. Estes constituem sérios defeitos na madeira serrada. Ocasionalmente, as árvores também são podadas para prevenir a ocorrência de incêndios florestais e para favorecer acesso aos povoamentos, durante as operações de desbastes, inventário e combate à formiga. São dois os tipos de desrama:

  • Desrama natural: é bastante eficiente em floresta de eucalipto, sendo que nenhuma medida especial deve ser tomada a fim de promovê - la. O processo mais simples Consiste em desenvolver e manter um estoque inicial denso, o que, além de manter os galhos inferiores pequenos, causa - lhes também a morte.
  • Desrama artificial: o objetivo mais tradicional desta prática é a produção de madeira limpa ou isenta de nós em rotação mais curta que a exigida com desrama natural. A desrama artificial pode ser feita também para prevenir os nós soltos, produzindo desta forma madeira com nós firmes. Este esforço pode não oferecer recompensas muito valiosas, porém envolve um período de espera menor.

 

» Desbaste


Os desbastes são cortes parciais realizados em povoamentos imaturos, com o objetivo de estimular o crescimento das árvores remanescentes e aumentar a produção da madeira utilizável. Nesta operação, removem- se as árvores excedentes, para que se possa concentrar o potencial produtivo do povoamento num número limitado de árvores selecionadas. Para determinar a intervenção, é preciso conhecer- se o incremento médio anual e corrente da floresta. Quando o incremento do ano passar a ser me nor que o médio até a idade correspondente à ultima medição, tendendo portanto a baixar a média geral da produção da floresta, este seria o ano para a sua intervenção. Esta análise é possível mediante a realização de inventários contínuos. Nos desbastes, as vantagens em consequência da competição devem ser, pelo menos em parte, preservadas. Assim, num programa de desbaste, para rotações relativamente longas, o número de árvores deve ser reduzido gradativamente, porém a uma taxa substancialmente mais rápida do que seria em condições naturais. A seleção das árvores a serem desbastadas é caracterizada da seguinte forma:

  • Posição relativa e condições de copa (dominantes)
  • Estado de sanidade e vigor das árvores
  • Características de forma e qualidade do tronco

O principal efeito favorável do desbaste é estimular o crescimento em diâmetro das árvores remanescentes. A variação no diâmetro das árvores induzidas pelos desbastes é muito ampla. Desbastes leves podem não causar efeito algum sobre o crescimento, e mbora seja possível, em razão dos desbastes pesados, conseguir uma produção constituída de árvores com o dobro do diâmetro que, durante o mesmo tempo, elas teriam sem desbastes. Os desbastes também tendem a desacelerar a desrama natural e a estimular o crescimento dos galhos. A única vantagem disso é que os galhos permanecem vivos por mais tempo e, desse modo, reduz -se o número de nós soltos na madeira.

 

» Método de Desbaste


Desbaste sistemático, Aplicados em povoamentos altamente uniformes, onde as árvores ainda não se diferenciaram em classes de copas. Aplicam - se em povoamentos jovens não desbastados anteriormente. É mais simples e mais barato. Permite mecanizar a retirada das árvores. Desbaste seletivo, Implica na escolha de indivíduos segundo algu mas características, previamente estabelecidas, variadas de acordo com o propósito a que se destina a produção. As árvores removidas são sempre as inferiores, dominadas ou defeituosas. Este método é mais complicado, porém permite melhor resultado na produção e na qualidade da madeira grossa.

 

» Exploração


Idade de corte, A condução dos talhões de eucalipto geralmente é realizada para corte aos 7, 14, e 21 anos. São 3 ciclos de corte para uma mesma muda original. De acordo com a região e o tipo de solo, o ciclo de corte poderá ser menor (a cada 5 ou 6 anos). Tudo está ligado ao objetivo da plantação de eucalipto (lenha, carvão, celulose, mourões, poste, madeira de construção ou serraria). Limpeza da área para corte, Quando o povoamento de eucalipto de um talhão atinge a idade para o primeiro corte, deve - se efetuar a limpeza do local. A eliminação do mato ralo e da capoeira existentes na área do eucalipto facilita os trabalhos de corte e retirada de madeira. Depois da limpeza da área, mas antes de se efetuar o corte das árvores, deve- se proceder uma vistoria para controle das formigas, pois estas são muito danosas e impedem a rebrota das cepas de eucalipto. Capacidade de rebrota das cepas de eucalipto A rebrota do eucalipto é variável conforme a espécie. As espécies E. saligna, E. urophylla, E. citriodora apresentam boa rebrota; já as espécies E. grandis e E. pilularis apresentam má brotação.

 

» Época de Cortes


A capacidade de rebrota das cepas de eucalipto varia conforme a época. Geralmente a sobrevivência dos brotos é maior quando se cortam as árvores na época chuvosa (primavera).

 

» Altura de Cortes


A altura de corte em relação ao terreno define a percentagem de sobrevivência das brotações. Deve- se cortar bem próximo do solo, deixando - se o mínimo de madeira na cepa da árvore. O corte deverá ser chanfrado ou em bisel. As espécies com boa brotação devem ser cortadas a uma altura média de 5 cm acima do solo. As espécies com baixa capacidade de rebrota deverão ser cortadas a uma altura de 10 a 15 cm da superfície do solo. Poderá ser feito a machado ou com motosserra. Diâmetro das cepas O vigor das brotações do eucalipto está ligado com o diâmetro das cepas. O número de brotos aumenta a medida que o diâmetro das cepas aumenta.

 

» Manejo de Brotação Limpeza das Cepas


Consiste em limpar- se ao redor das cepas de eucalipto, retirando - se a galhada, folhas, cascas, evitando o abafamento da brotação. Deve- se evitar que a madeira cortada seja empilhada sobre as cepas. A entrada de caminhão para retirada da madeira pode prejudicar as brotações. Não deve ser utilizado o fogo para limpeza da área, pois este é inimigo das brotações do eucalipto.

 

» Gradagens


O eucalipto é exigente em solo bem preparado. Por isso, nas áreas de eucalipto em brotação devem ser realizadas gradagens entre as ruas de cepas. O uso da grade de discos elimina as ervas daninhas e poda as raízes das cepas, aumentando-lhes o vigor.

 

» Desbrota das Cepas


Quando os brotos apresentarem de 2,5 a 3 m de altura, ou seja, após 10 a 12 meses do corte das árvores, efetua - se a desbrota. Isso deve ser feito no período quente e chuvoso, para garantir o crescimento da brotação. Conforme o tamanho da cepa, deixa- se a seguinte quantidade de brotos, Cepas menores que 8 cm: apenas um broto. Cepas maiores que 8 cm: de 2 a 3 brotos.

 

» Adubação para Brotação


Na véspera do corte das árvores, aplica-se de 100 a 150 gramas de fertilizantes por cepa, da fórmula 10:30:10. A aplicação é feita nas entrelinhas do eucalipto, em sulco ou a lanço. As cepas tem melhor brotação. Interplantio, Consiste no plantio de mudas ao lado do tronco de eucalipto que não tenha brotação. Por isso, de 2 a 3 meses após o corte das árvores, efetua- se um levantamento das cepas não brotadas. Identifica- se os locais para o plantio. Plantam-se mudas bem desenvolvidas com 6 a 8 meses de idade, especialmente produzidas no viveiro. Deve- se abrir covas bem grandes, durante a estação chuvosa, ao lado das cepas mortas. O ideal é efetuar adubação de cova, a base de 150 gramas da fórmula 10:30:10.

 

» Pragas e Doenças


Principais doenças abióticas do Eucalipto Ainda como doenças abióticas pode-se citar, Déficit hídrico em eucalipto A falta de água acarreta distúrbios fisiológicos no eucalipto, em viveiros a falta de irrigação pode levar as mudas à murcha permanente. Sintomas, Em eucaliptos de 0,5 a 1,5 anos, há seca dos ponteiros, de galhos, e da haste principal; a necrose é em forma de V invertido em folhas ainda fixas; folhas com sintomas de deficiência mineral (clorose marrom pálida); necroses irregulares (trips); cancros pequenos; fendas e rugosidade na haste principal. Eucaliptos com mais de 1,5 anos, são pouco afetados pelo déficit hídrico, com exceção do Eucalyptus grandis. Em eucaliptos com mais de 4 anos, não se apresentam sintomas externos.

 

» Solo Encharcáveis


Devido à retenção de água ou ao levantamento do lençol freático, ocorre a deficiência de oxigênio para as raízes e microorganismos, elevando a concentração de gás carbônico.

 

» Sintomas


Plantas raquíticas que morrem prematuras. Ocorre a seca dos ponteiros em galhos e na haste principal em árvores tolerantes.Há o lançamento de folhas anormais em árvores adultas e vários sintomas d e deficiência de minerais. Excesso de folhas nos talhões, principalmente após o primeiro corte. Seca de ponteiros do eucalipto Ocorre em regiões encharcadas, e onde a drenagem é nsatisfatória ou onde o lençol freático é muito alto.

 

» Sintomas


Lesões na extremidade da haste principal e dos pontos de inserção dos seus galhos e ramos; tais lesões podem causar anelamento e cancro. Esta doença é caracterizada pela inserção dos galhos com a haste principal, e pela inserção dos ramos e pecíolos. Causas Devido à ocorrência de um distúrbio fisiológico nas árvores de eucalipto aparecem como consequência à inserção dos galhos com a haste principal, e a inserção dos ramos e pecíolos, predispondo as árvores ao ataque de fungos parasitas facultativos.